Quando o assunto é paquera, a primeira coisa que a maior parte das novas solteiras pensa é: “eu não sei mais fazer isso”. A falta de prática e do costume de ser alvo dos olhares e cantadas masculinas nos inibe mesmo, e leva um tempo (para algumas), para a mulher começar a se soltar e se sentir confortável.
Bom... Eu não sou mais tão novata nesta escola, e mesmo assim não vou indo bem nessa matéria. Para dizer a verdade, do jeito que as coisas estão, eu estou levando é bomba!
Fico impressionada, quando vejo uma amiga dominar essa arte com tanta propriedade. Será que é isso? Será que paquerar é uma arte, uma técnica, um dom?... Isso explicaria por que alguns desenrolam melhor do que outros, pelo menos.
(Sei que ela parte da facilidade de comunicação verbal ou não verbal entre as pessoas, mas a teoria é fácil.)
Na hora do “vamos ver” a coisa não sai. Não consigo demonstrar o interesse que tenho na outra pessoa. Em termos telefônicos, é como se eu enviasse a mensagem, mas ela não chegasse. (Claro que pode ser culpa do outro aparelho, mas é mais complicado do que isso).
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Por quê?
Para mim paquera é pra ser uma coisa divertida, natural, sem premeditações. Um jogo de curiosidades, de olhares e de reciprocidade (Senão qual a graça?). Enquanto o que tenho observado por aí é uma necessidade, uma obsessão de ver e ser vista. Uma pressão quase robótica de ficar e ficar, e ficar, e ficar...
— Mas sair de casa sabendo que vai terminar no zero a zero?! Não te entendo! — Ela levanta a questão.
— Ora! Francamente! — eu respiro — Eu quero sair para me divertir... — respiro mais um pouco — Encontrar gente, bater papo, dançar com os amigos ou sozinha, by myself, alone, sola capiche?! — Eu grito!
— A paquera deve ser conseqüência, coincidência, destino que seja! — desabafo.
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Mas a pressão é verdadeira, e no final das contas é isso que acontece: perco os olhares, só reparo nas coisas depois que as outras já repararam por mim, não sei o momento certo de sorrir, de encarar, de falar... (Bate vergonha, medo, ansiedade... afinal, essa não sou eu) Quando falo, esbanjo simpatia, sorrisos e interesse (não me subestimem também), mas até chegar à fala, tenho que passar por todos os outros passos e se nada acontece, o que sobra é só a minha frustração.
E tem mais! Não sou competitiva. Se o cara for do tipo que está rodeado de mulheres, por mais que eu me interesse por ele, eu me retiro. Prefiro pensar que se ele quiser, ele virá, independente de quantas opções tiver. (Dividir? Espera aí, modernidades têm limites...)
—Você tem certeza que o problema é esse? Eu acho que você não está interessada em ninguém de verdade, isso sim! — minha consciência me interrompe.
— Shiiu...! Fique quieta, não me faça perguntas difíceis! — eu corto. Melhor cortar.
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Post um tanto revelador hum. Isso porque vocês não fazem idéia de tudo o que eu escrevi e apaguei em algumas tantas horas. Fica pra mim, somente. Um dia, se der, eu conto.
Para quem achou esse post um monte de baboseiras em forma de palavras, passei do ponto de me importar; passar bem!
#ouvindo Trilha do filme “Shall we dance?” (ouça você também, enquanto lê)