20/08/2010

O festival

Eu, de repente, me lembro

Foi num mês de setembro.

Daqueles nem frio, nem quente.

O futuro nos aguardava ansioso

Enquanto o grande festival se aproximava.

Eu acabara de retornar a minha vida,

Não esperava por nada.

Mas você, no instante da semelhança,

Me estendeu a mão, confirmando que estaria lá comigo.

Vivemos aquele momento juntos

Apesar de gostos e dias diferentes (quanta disparidade).

E fomos felizes, fomos muito felizes,

Cada um com o seu show.

Dos detalhes eu não me recordo, mas eu acho que foi incrível.

...

São quase 10 anos agora.

O tempo passou, nos abateu...

E hoje estou aqui

Numa caminhada um pouco mais quieta.

Talvez como da primeira vez,

Retornando à vida e contemplando a chegada de um novo setembro,

Sabendo que o futuro não é tão ansioso assim, melhor é o presente.

E ano que vem, haverá outro festival.

Não será o mesmo, não será a mesma coisa...

Mas daqui a pouco é setembro, nem frio, nem quente, novo festival...

(muitas lembranças, muitas expectativas, algumas coincidências, vida louca...)

17/08/2010

Kiss!

Para esquentar esse frio...
"You don't need to be rich, to be my "boy",
You don't have to be cool, to rule my world,
Ain't no particular thing, I'm compatible with,
I just want your extra time and your... Kiss!"
#ouvindo - Kiss - Prince

Um post nada a ver

O cursor fica pulando na tela. Quase no mesmo ritmo que meu coração bate.

Fico olhando pra ele. Pensando sobre o que escrever.

Tem horas que dá vontade de escrever tudo, de falar tudo, liberar geral! Mas logo me lembro que tem coisas que não se deve publicar.

A autocensura funciona comigo. Tenho que me podar para não agredir os outros, não ferir os sentimentos dos outros. Penso nos outros, logo existo.

E também tem a questão do gostar. Quando termino um texto e gosto dele, torço para que os outros gostem também.

Ai, e como é difícil. Há pessoas para criticar tudo que se faz. Se você age de um jeito é criticado, se você age de outro também é.

Impossível agradar a todos.

Ainda mais numa época em que o jornalismo é todo louco. Todo mundo escreve, todo mundo critica. E quem critica não faz idéia da diferença entre uma reportagem, uma crônica, um artigo. E sai criticando o que não tem absolutamente nada a ver com nada.

Esse blog não é jornalístico, mas tem coisas que quando entalam na garganta...

Enfim... Andei rondando outros blogs. Uns bobos, outros mais intensos e interessantes. Mas as pessoas não estão nem aí, elas querem se expressar e criticar. Dar opinião hoje é uma questão de honra, de participação, de “eu estou vivo”.

Tudo bem, não vejo problema nisso. É legal interagir. Aliás, isso não tem nada a ver com os comentários que recebo aqui. Gosto até quando recebo uma crítica negativa, pois geralmente duvido quando tudo está perfeitinho demais.

Mas ao mesmo tempo, me espanto quando minha opinião diverge do restante da massa. E divergir da massa é um problema sério, pois você se torna parte da minoria, e por minoria eu já disse tudo, não?

Mas o que estou falando? Como fui parar nesse assunto? Sobre o que eu falava antes mesmo?

Ah... O cursor. Ele ainda pisca.

11/08/2010

A garçonete esquisita

Os dois se encontraram, deram um beijinho e saíram caminhando de mãos dadas na minha frente. O namorado e a garçonete esquisita.

Ah lá! eu aponto em pensamento Até ela tem namorado! eu os acompanho com os olhos tomando cuidado para meu corpo não expressar o que eu estava sentindo.

Taí... O problema só pode ser eu! continuo pensando enquanto sigo no mesmo caminho atrás deles.

Eu estava voltando pra casa. Na minha. Sem incomodar ninguém. Mas foi só a garçonete esquisita aparecer e me mostrar que ela tem um namorado e eu não, que minha mente funcionou como um vulcão em erupção. Sim. Uma erupção de pensamentos. Uma erupção de paranóias:

Por que eu não tenho e ela tem? Eu sou mais bonita, não sou? Será que não sou bonita? Estou gorda, isso sim!... Talvez seja porque sou metida, já me falaram isso! Preciso melhorar nisso. Mas eu sou tão simpática, ou não sou? Talvez eu seja inteligente demais... Não (dou risadas), não sou inteligente demais. Será que sou de menos?... Lógico que não!... Será que os homens me acham superior?... Preciso voltar pra academia, eu me arrumo mais hoje em dia, ando até maquiada, eu achei que estava fazendo tudo direitinho, mas não está adian-tan-do...

Ah! Que ótimo! meu pensamento é interrompido pelo casal que agora resolve parar no meio da ponte para se beijar romanticamente. Ninguém viu, mas dessa vez eu revirei os olhos de raiva.

Antes que eu os alcançasse, os dois terminam o beijo e ele gentilmente se oferece para carregar a bolsa da namorada esquisita.

Deve ser início de namoro, só pode. eu invejosamente penso.

Eles seguem para um lado, e eu sigo para outro, com a idéia deste post na cabeça...

...

#ouvindo – Mercy – Duffy

08/08/2010

Da série: Ainda tenho muito que aprender II

Ela tinha acabado de se tornar a mais nova solteira do pedaço. Com seus 30 e mais alguns anos, ela ainda coloca muitas menininhas no chinelo, como diz a expressão popular.

Ainda se recuperando do término do casamento, ela comentava que iria sobreviver:

Estou jovem!

Sim! todos concordavam.

Não sou de se jogar fora! ela se exibia.

Claro que não, você é linda! todos acrescentavam.

Tenho minha vida profissional resolvida.

É verdade! as cabeças balançavam para cima e para baixo concordando.

Tenho meu carro....

Sim...

Meus estudos....

Sim....

Um apartamento só pra mim...

Sim...

Peraí! um dos mais novos dos rapazes saltou em frente a ela. Solteira, bonita, com a carreira resolvida, com carro e apartamento novo?!

Sim! era a vez dela de concordar!

Quer casar comigo?! ele dispara deixando todos atônitos e causando uma explosão de gargalhadas!

Eu sou um partidão, não sou? Pena que você é muito novinho pra mim!

Agora eu entendi! Entendi tudo! era minha vez de retrucar.

O que foi amiga?

Estou solteira há dois anos e nada, ela está solteira a cinco minutos e já recebeu uma proposta de casamento!

Vai vendo aí amiga... Vai vendo!

E as gargalhadas só aumentaram!

...

04/08/2010

"Meant to be"

Todo mundo um dia para e pensa no “E se...?”. No meu caso, a pergunta “E se eu não tivesse terminado”, vez ou outra pipoca em minha mente.

Há pouco tempo estava analisando. Não sei se a vida de uma forma geral mudou, se as coisas estão acontecendo mais por aqui, ou se era eu que estava adormecida, vivendo num mundo escuro, longe das oportunidades e dos acontecimentos.

Fico imaginando se estivesse namorando ainda hoje, se iria aos shows, se sairia com os amigos, se conheceria um lugar ou outro diferente. Claro que não é possível medir isso com clareza, mas tenho minhas dúvidas se minha vida seria 10% do que ela é hoje, como solteira. (Entretanto, é preciso ser honesta num ponto, não era infeliz namorando, e meu ex é uma ótima pessoa, sem mas.)

De uma coisa eu sei; o Gatos na Cama com certeza não existiria.

Lembro-me do que uma amiga muito querida disse, ao telefone, no dia do meu aniversário. Foi uma coisa simples, que eu já havia dito para outras pessoas, mas direcionada a mim a mensagem teve um peso diferente. Mais ou menos assim, ela disse:

“...que você tenha calma, que tudo acontece por um motivo, as coisas acontecem num tempo certo, fica tranqüila e confia nisso...”

E aí eu penso:

“E se tudo isso era realmente “Meant to be”?”

Será que tudo isso tinha que acontecer para que eu pudesse ser uma pessoa melhor? Se não houvesse namoro, problemas e separação, não haveria novas oportunidades, novos amigos, um blog, novas perspectivas, mais coragem talvez...

Gosto desta forma de pensar. Me faz acreditar que existe sim uma força maior desenhando nossas vidas para que elas tenham sentido no final. Um tremendo artista, eu diria. Difícil é conter a ansiedade em saber o que vem por aí.

...

*Meant to be – uma coisa que estava destinada a acontecer, que tinha que ser de tal forma.

Respeite a propriedade intelectual. Ao reproduzir os textos não se esqueça dos créditos! Obrigado!