22/09/2010

Eu falo de romance

Ok, geralmente é assim:

“Ela sempre espera por esse momento, mas nunca acredita que vai acontecer. Ele na maioria das vezes é confiante e bonito demais para ser desastrado e topar com ela no meio da rua, mas é assim que eles se conhecem. E aí tem um café, ou uma taça de champanhe num bom restaurante, adicionado a boas risadas, coincidências, muita conversa, sorrisos e pronto... Eles se entendem e se apaixonam. Claro que sempre há impedimentos para atrapalhar, dois amigos conselheiros (um para cada lado) para ajudar, uma linda trilha sonora, beijos, olhares e cenas de tirar o fôlego.”

Obviamente o que eu narro acima é uma possível sinopse de um filme estilo “água com açúcar”. As películas desse gênero não têm sido muito criativas ultimamente e, por esse e outros motivos, têm sido alvo de muitas críticas mundo afora. Coisa que nem sempre eu concordo.

Filmes de romance ou comédias românticas são clichês, eu sei. Por várias vezes a mesma atriz faz o mesmo estilo de papel, só mudando o nome, a cor do cabelo e a cidade. (Mesmo assim têm algumas que eu não me canso) Sei também que a fórmula de final feliz parece não estar agradando a todo o público. Pelo menos são críticas assim que eu tenho lido em minhas zapeadas pela internet.

E isso me fez levantar a questão: O que está acontecendo? Será que a sociedade perdeu a paciência com o romantismo? Será que as muitas desilusões e problemas afetivos estão deixando as pessoas com um coração de pedra?! (Do tipo: se eu não tenho esse amor, ninguém mais pode ter?!)

(Obs.: Se está se sentindo enganada pela sétima arte... Atenção, aquilo... É ficção!)

Eis o que eu penso.

Não há que se criticar o gênero. Existem filmes bons e ruins, sim. Mas na qualidade, no roteiro e na interpretação. No entanto, filme água com açúcar, sempre será água com açúcar. É bom assisti-los estando preparado para invejar (branca) a “mocinha”, suspirar pelo “mocinho” (ou ao contrário), chorar, rir, desejar... Enfim, sentir o que de melhor, a linha de bons filmes do gênero, nos apresenta.

Agora, se o lance for de ressentimento, inveja ruim, agonia, ansiedade ao assistir o filme... Se te faz sofrer... É fácil! Não assista! Melhor deixá-lo pra lá e procurar outra coisa para fazer. Para que ficar se remoendo?

E quanto às críticas, a não ser que elas sejam técnicas, o que entendo perfeitamente, pense que uma estória pode não servir para você, mas pode servir para outra pessoa, e servir muito. (Assim como os relacionamentos, sabe...)

Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. (Embora a gente reze pra que não seja!)

#ouvindo Alicia Keys - músicas do CD As I Am.

7 comentários:

  1. Existem 2 lados pra esse tipo de filme estar perdendo o domínio ultimamente:

    1: "Realidade". É mais do que óbvio que o romantismo não tem prevalecido nos relacionamentos de hoje, não está "incluido nas listas", como esse próprio filme que você colocou na primeira imagem faz uma certa referência (que por acaso, fui eu que peguei pra você assistir), e, por pura incompetência, sacanagem e falta de neurônios dessa geração, está extremamente desacreditado.

    2 - O cenário interno do cinema atingiu níveis de exigência extremos. Tanto que hoje, nós temos filmes "clichês" bons, e filmes clichês ruins. É como ter criado os filmes "C e D", também, ambas divisões dos filmes B. Não só no romance, pois isso é algo que ficou ainda mais óbvio no filme de ação "Os Mercenários". Não foi atoa que o próprio Stallone afirmou: "Quero fazer esse filme o mais clichê possível, com tudo aquilo que todos já esperam, mas que seja o melhor possível!". O velhote musculoso foi esperto, e faturou uma grana braba e uma sequência muito provável e já entre boatos.

    Enfim, são 2 pontos muito diferentes e extremos, mas que acabam se misturando nas análises e críticas e derrubam esses filmes, em alguns casos, filmes até que divertidos, como o A verdade nua e crua.

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  2. Hahahaha. Pois eu acho bem possível que todo mundo tenha lá suas razões, até mesmo a crítica, afinal, desde que André Capelão (sec. XII) botou num livro as famosas “regras para administrar o amor cortês (isto é, do amor na corte)” é que estorietas cheias de passionalidades com finais felizes ou trágicos fazem um puta sucesso de público. Seja em diálogos previsíveis num insuportável tatibitati pueril ou woodyalleamente ácido- irônico, como no genial Manhattan (1979), que os delírios que idealizam e romantizam os viciantes efeitos de substâncias químicas entupindo o nosso cérebro, vão e voltam, nunca saindo completamente de moda. Às vezes para dar um descanso, Hollywood investe, também em zumbis, catástrofes, vampiros purpurinados ou ETs. Mas é fato, desde Jane Austen às atuais netas da Janete Clair, o tema romance cai bem no gosto popular porque para alguns,(e agora parafraseio Drummond) não há muitas outras coisas a fazer na vida, senão, estar “in Love”.

    ******
    Aliás, no cartaz de “The Back-Up Plan”, a bunda sobrenatural e a barriguinha da J.Lo, feita por um hábil photshop master, é o supra-sumo da ilusão inatingível, tal como no clichê, que se costuma buscar ao começar a idealizar um romance!

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  3. Eu não sei se alguém ai reparou, mas o cartaz de “The Ugly Truth” é um clone descarado do cartaz do “Pequeno Dicionário Amoroso” outra comediazinha romântica clichê da diretora carioca Sandra Werneck!

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  4. O problema não é o romance, nem incômodo com o mesmo, o que seria sinal de muita neurose sofrer com algo totalmente irreal e inexistente rs... Eu não gosto de comédia romântica (tá, raríssimas exceções)até pq não curto mesmo cinema americano (novamente, algumas exceções, não sou radical),e raramente vejo ou tenho paciência...Somado ao fato, é verdade, que sou pouco romântica (tive vontade de matar um namorado que mandava flores em excesso rs), então, acho previsível, fantasioso demais e sem-graça, pq no começo do filme já consigo saber o que vai acontecer... não tem supresa...não me faz pensar... acho que é isso!

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  5. Opa, uma correção, talvez tenha me expressado mal; quando disse não ter incômodo com o romance por ele ser irreal na verdade eu me refiro ao romance idealizado e perfeito dos filmes!!!

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  6. Carol, eu ainda sou adepta das comédias românticas. Apesar de saber, ou pelo menos, prever, o final do filme. Talvez esse seja o problema. Não há mais surpresa, mistério. Todo mundo sabe que aquela história terá um final feliz. E se alguém ousar em não deixar que a mocinha termine com o galã, pode crer que não vamos aprovar. Rsrs.

    Bjs!

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  7. Ah, A Verdade Nua e Crua é muito bom. Tô precisando de um amigo assim para me guiar sobre como fazer na hora da conquista. Huahuahua

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