21/07/2009

O sofrimento do Celular

Afirmo com todas as letras: O celular sofre! Durante uma briga, o celular é obrigado a ouvir os gritos irritantes e agudos da mulher traída, enquanto um outro aparelho se sufoca com o bafo de onça (entenda-se cachaça) do marido infiel. É o celular que será atirado contra a parede caso a mulher desligue dizendo que não está satisfeita e que vai arrumar outro homem. É ele também que é largado na mesa quando a mulher percebe que seu gato está rodando na balada com outra gata e ela sai furiosa procurando as amigas deixando tudo pra trás. Ele certamente será apertado, socado, xingado e amaldiçoado se estiver fora de área, sem bateria ou se por qualquer outro motivo deixar de funcionar. É o pobre do celular que fica tonto de tanto girar que nem roleta na mesa do bar quando a noite tá fraca. É ele que fica com mancha de batom, que ganha banho de cerveja, de banheira, que tomba no chão, que vai parar na boca do filho que não tem com o quê brincar enquanto a mãe solteirona espera o valor da conta do supermercado. São suas teclas que são apertadas com toda a força do homem irritado com o sumiço inesperado da patroa, justo na hora que ele precisava do carro. É ele que é silenciado ou desconectado quando a amante chega. E enquanto isso, um outro fica desesperado tentando encontrar o traidor, achando que possivelmente se envolveu num acidente de trânsito. Imagina se o celular pudesse contar tudo que ele realmente ouve? Quando se é solteiro a estória muda. Ou melhor, mudo, sem uso, inútil. Ninguém liga, ninguém atende. Ele é jogado para escanteio. Sua bateria dura dias. Suas luzes quase não se acendem. É um isolamento total. Uma tristeza profunda. São férias não solicitadas. A única coisa que ele vê são os olhares dos donos, que na expectativa de um milagre imploram “toca telefone, toca...”. Celular feliz é aquele do casal em início de namoro. Esse sim está em plena atividade, mandando vários torpedos em tempo recorde, ouvindo coisas bonitas, sendo acariciado e elogiado. Ele trabalha dobrado, mas é tratado como rei, objeto valioso e extremamente necessário. Está sempre limpo, não pode estragar em hipótese alguma, tem que estar bem alimentado e ficar sempre às vistas de seu dono, o mais perto possível, no aconchego da cabeceira da cama de preferência. Esse sim é um celular de sorte, esse sim é um celular feliz. ...

4 comentários:

  1. oh.. as bolas estao trocadas.. quem atira o celular na parede é a mulher.. e quem larga ele na mesa eh o homem! uhaiuhaiuhauhaiua

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  2. Acho que para os homens é o contrário:

    Quando se está namorando, o celular nunca toca. fica pra escantei, as vezes usamos pra chamar um taxi.

    Quando se está solteiro, toda hora toca, muitas vezes sao os amigos chamando pra xurras, bares, futebol, baladas, outras muitas sao mulheres, muitas diferentes, te perguntando o que vai fazer de noite, o que vai fazer fim de semana...
    Alem de ser muito usado e ter uma lista enorme de contatos, que cresce em PA todo fim de semana. Diferentemente do celular de um cara compromissado. Que a agenda cresce somente quando se anota um numero de uma agencia de taxi melhor, ou de um dentista no qual passou a se consultar!

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