02/08/2009

Balada x Maturidade

Primeira balada com as amigas depois de anos agarrada a um namorado que me sufocava! Mal podia me conter de tanta ansiedade e expectativa. Coloquei a roupa mais sexy, o perfume mais cheiroso, liguei o rádio para entrar no clima e viajei... Voltei para os meus tempos de solteira/adolescente (antes do namorado) e me lembrei de como era bom! Naquela época, saíamos com destino certo, mas com a noite incerta, tudo podia acontecer. Saíamos com algum amigo mais velho, que estava habilitado para dirigir, ou nos amontoávamos em uma van. Uma galera imensa. Ligávamos o rádio e seguíamos cantando e rindo até a boate mais distante. Porque mais distante era mais divertido. Não ligávamos se havia cinco, seis ou até sete amigos socados em um único carro. Sempre tinha espaço pra mais um e sem reclamações! Era tudo lindo! Meu relógio marcou 22 horas! Senti até arrepios!! Quanta adrenalina. Mas as coisas não aconteceriam exatamente como eu estava visualizando. A gente cresce. E minha idéia de balada com as amigas estava prestes a mudar. Foi exatamente assim que aconteceu: Buzinaram. Eram minhas amigas. Já não precisávamos mais de um motorista, tínhamos idade suficiente para nos guiarmos sozinhas. Lotamos o carro? Sete? Nem pensar, cinco só; lotação esgotada! Mas éramos cinco mulheres lindas. E fomos. Começamos a fofocar, a distribuir os “chicletinhos”, ligamos o som e aí surgiu a pergunta: ― Pra onde vamos? ― Pro lugar mais perto! Pra ficar mais fácil de voltar! ― uma delas se adiantou. ― Também prefiro! Mas muda essa rádio pelo amor de Deus! Não agüento essa batida “Tum, Tchi, Tum” na minha cabeça! ― Pode abaixar também, por favor, tá muito alto. ― To morrendo de sono, trabalhei igual a uma doida hoje. ― um bocejo longo. ― Eu também. ― Eu também. ― Eu também. Pra não ficar diferente eu disse: ― Eu também. E seguimos, felizes pra balada, em silêncio. Cada uma com seu pensamento. "― Minha cama estava tão quentinha... Isso já era hora pra eu estar dormindo, tenho um almoço amanhã..." "― Preciso comprar o presente de aniversário da Rebeca, devia ter tirado um extrato hoje cedo..." "― Detestei essa escova, porque é que eu não fui ao salão de sempre..." "― Hoje eu arrumo um namorado, não é possível... E vou beber, elas é que tirem no palitinho quem vai trazer a gente de volta!" "― Onde eu fui me enfiar..." ― esse pensamento era o meu, logicamente. Foi aí que surgiu uma faísca de esperança. A motorista nos perguntou: ― Viaduto à frente! Com ou sem emoção? ― Sem!! ― Sem emoção! ― Sem! Acabei de jantar! ― Elas responderam quase que em uníssono. Eu não tinha outra escolha senão vislumbrar aquilo tudo e cair na risada. Não havia dúvidas de que estávamos maduras, mais velhas, mais experientes, mais cansadas e mais... Caretas! Descobri naquela noite que aquele tempo tinha passado. Mas também descobri que existe todo um mundo novo para ser vivido. E que muitas aventuras ainda virão. A balada, no final das contas, foi muito boa. Não tínhamos hora pra voltar pra casa, não tínhamos destino certo, nem sabíamos se voltaríamos juntas! E com certeza não vou ouvir broncas dos meus pais quando eu chegar em casa. Esquece o passado! Eu prefiro o hoje!

Um comentário:

  1. hahaha

    o post é bem divertido, ao contrário das suas amigas companheiras solteiras de balada carol!

    Onde voce arruma essas amigas???

    Talvez os homens sejam diferentes mesmo!

    ResponderExcluir

Comente aqui!

Respeite a propriedade intelectual. Ao reproduzir os textos não se esqueça dos créditos! Obrigado!