07/08/2009

A lista

Johnny era um dos solteiros mais lindos e cobiçados daquela pequena cidade. Tinha decidido há anos que não seria mais namorado de ninguém. ― Sou eternamente solteiro. ― Ele dizia. Eu nunca acreditei, sempre achei que ele ainda não tinha encontrado sua metade. Mas ele batia no peito e insistia que “relacionamentos, não mais”. E na verdade, ele parecia não precisar. As moças mais atiradas caíam a seus pés. Faziam fila se fosse necessário. Não tinha um fim de semana que se visse Johnny sozinho. E nunca, nunca mesmo, Johnny repetia a eleita. Era apenas uma vez, sem compromisso, sem vínculos, só por prazer e tchau. Diziam as más línguas que Johnny guardava consigo uma lista. Uma lista com o nome e alguns detalhes de todas as mulheres que já tinha levado para a cama. E Johnny era estratégico e paciente. Às vezes conquistava a mulher que queria em segundos. Outras, demorava e curtia a paquera. Mas sempre conseguia o que queria. Suas preferidas eram as novas solteiras. Aquelas que tinham acabado de terminar um namoro e que, ainda um pouco confusas com uma separação, eram mais vulneráveis. Há algum tempo ele vinha tentando conquistar Marta. Uma mulher simples, mais muito bonita e trabalhadora. A razão do interesse? Ela tinha terminado o namoro. Os dois conversavam quase todos os dias. Ele insistia para que se encontrassem, mas ela ainda não se sentia segura para ter qualquer intimidade com um cara que não gostasse ou amasse. Johnny dizia que gostar não era importante e que era para ela curtir o momento, curtir a aventura. Papo de conquistador. Como Marta estava se sentindo um pouco sozinha, e Johnny sabia que isso ia acontecer, ela acabou cedendo e caindo em seus braços. No dia seguinte, a cidade estava rodeada de fofoca. Não pelo encontro em si, mas por causa de uma lista. Sim, a lista existia. Johnny havia prometido aos amigos que quando chegasse a mil mulheres, divulgaria para quem quisesse ver a tal lista, revelando os nomes e detalhes de todas aquelas que ele já tinha se envolvido. E parecia que todas as mulheres daquela cidade já tinham ido para a cama com ele. Eram Marias, Anas, Rafas, Priscilas, Sabrinas, Carolinas, Tatis, Robertas,... Uma lista imensa. E lá no final, o nome de Marta se destacava. Ela era o número mil. Aquilo consumiu Marta de raiva. Bem como todas as mulheres que pertenciam a lista. Algumas não ligaram, mas a maioria declarou guerra. Elas arranharam seu carro, jogaram ovos podres na janela de seu trabalho, fizeram caricaturas na internet, vetaram seus amigos, os excluíram de todas as festas, e logicamente, saíram pela cidade dando detalhes do desempenho de Johnny... “E o tamanho ó!”. Mas Marta foi mais inteligente. Avisou a todos que era a vez dela de divulgar uma lista. E no topo dessa lista estava escrito: ― Lista de homens que transei sem carinho, sem amor, sem paixão. E no meio de um papel em branco, se via em caixa alta: ― JOHNNY ―

2 comentários:

  1. Caraca mt boa essa estória! Amei!!! Mt boa mesmo. Divulgue

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  2. Johnny era um cara legal
    Pena que arranharam o Opala Azul dele!

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